Mais uma vez amor…

Estive relendo um texto antigo sobre o amor, e percebi que mudei de perspectiva. No texto, eu afirmava que o Amor é uma ideia, e que não é correto dizer que se ama alguém, porque na verdade o que sente não é o amor, mas sim o desejo.
Apesar de não ter mudado muito meu ponto de vista, ainda vejo o amor como uma ideia, um complexo. Porém, o que antes me parecia apenas um complexo da ideia, sem conexão direta do sentimento com o outro, percebo com mais clareza que esta conexão acontece, mas o amor segue um único sentido, para a verdade. É nossa a ilusão de que o Amor tem relação com o TER ou Possuir. Pura ilusão. Onde o amor acontece, NA VERDADE, existe um sentido apenas para a verdade e portanto, tirando todas as projeções, todas ilusões causadas por estas projeções no outro, o que temos é o puro e simples “conhece a ti mesmo”. Ou seja, no seu fim último o amor tem vínculo com a sabedoria, e não com o desejo. Ou talvez, depois de tirarmos todos os véus sobre nosso ser, encontraremos na essência desse processo alquímico, da vida, em torno do amor, um desejo puro, da inocência, da criança, um desejo curioso, de saber e conhecer. Então, Talvez seja esse o desejo primordial, que faz, nós seres humanos, caminharmos na existência, ampliando e gerando conhecimento e consciência.
Quando digo Eu te amo para alguém, só existe uma tradução: Você me atrai. Porque você guarda em si o que tenho em mim, e que preciso conhecer. Porque eu e você nos correspondemos e nos espelhamos, para reconhecer a si mesmo no outro. E o desejo, o desejo é o detalhe que faz toda a diferença nesse processo. Conhecimento de si mesmo, portanto, é a luz que o amor nos dá, que nos transforma e nos faz transcender ao Tempo. E o sentido é sempre rumo a verdade, num caminho de sabedoria.

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