No caminho do meio…

Andei lendo alguns livros sobre o Budismo, e em um desses livros li algo que me fez refletir. A iluminação ascensiona nosso amor e coloca a prova a nossa fé. Isso é um fato que sempre acontece com todos aqueles que alcançam a sabedoria da iluminação, e que dar acesso a uma outra visão de além da realidade sensorial. E isso acontece automaticamente, porque a iluminação é um contato com um poder maior, um poder superior, e quando tocamos esse poder, é como se sofrêssemos uma retalhação, para que não nos coloquemos em posição superior. E é essa retalhação que atinge nossa fé.  Porque neste momento sentimos que o amor de Deus não é tão complacente. Que essa verdade que adquirimos é justa, e provém daquilo que chamamos de justiça divina. E dói. A verdade dói. E nessa ferida que se cria no âmago do amor em nós, nos coloca então a prova. Até onde alcança a verdade do nosso amor? Até onde nosso amor se mantém e sustenta nossa fé, sabendo que o amor de Deus nos fere tão profundamente por  não aceitar tudo aquilo que fazemos ou deixamos de fazer por ignorância? Então as dúvidas passam a minar nossa fé. Ficamos então frágeis, caminhando num deserto em meio as tentações. AS tentações que procuram atingir todas as estruturas de nossas crenças, e nisso, atingindo também a nossa segurança sobre si mesmo.
Todos os grandes mestres, em suas experiências de iluminação, sofreram com a tentação. Jesus Cristo foi tentado no deserto, Buda também sofreu com a tentação, e é sempre assim. Então, o que devemos fazer para não nos deixarmos cair, cair em tentação, cair em depressão?
Nesse momento o amor não poderá mais nos salvar, a iluminação já foi uma condição dada pela verdade do amor dentro de nós. Ou seja, para se ter alcançado a iluminação o amor que se tinha necessariamente era um amor verdadeiro, altruísta, então o enfoque não é mais sobre como se ama, ou o que se ama. Amar a Deus não nos salvará nessa hora, até porque, como eu disse o amor de Deus não é complacente e não nos salva de nossa provação pelo simples fato de ama-lo acima de tudo. Então,  é unicamente uma prova da nossa fé, uma prova para se saber aquilo que sustentamos em nossas crenças, aquilo que se acredita com toda nossa verdade, com toda a verdade do mesmo amor que nos levou a luz de uma consciência superior.
Nesse processo de busca, no caminho espiritual, nessa logosofia em que nos empenhamos, o primeiro passo é a reflexão sobre o amor. Que valores eles nos cria? Que amor nós temos cultivado em nosso interior? Quando alcançamos a luz total dada pelo amor puro, claro, luminoso, então entramos na segunda etapa do processo. Que conjunto de crenças esse amor sustenta? E até onde estas crenças nos dar a força da fé? E principalmente, a fé em nós mesmos.

Deixe um comentário